(…) segundo a linha de pensamento que conduz à concepção kantiana do uso negativo da razão como único uso legítimo quando tratamos de objectos numenais, deveríamos limitar a convocação do Holocausto a um registo negativo. A única referência permitida ao Holocausto deveria ser uma referência negativa. O Holocausto não deveria ser evocado para justificar/legitimar quaisquer medidas políticas, mas apenas para des-legitimar essas medidas (algumas delas), para impor certos limites aos nossos actos políticos: justificar-se-ia condenarmos actos que manifestam uma hubris cuja expressão extrema foi o Holocausto. (p. 104)
Violência Seis Notas À Margem, Trad. Miguel Serras Pereira, Relógio D’Água, 2009
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