sexta-feira, 29 de abril de 2016

Avrom Reisen

Avrom Reisen
Zog Maran (Diz-me Marrano)
(uma canção para a Páscoa Judaica)
Diz-me Marrano, meu irmão,
onde pões a mesa para o Seder?
— Numa caverna escura e funda,
a minha Páscoa irei fazer.
Diz-me Marrano, onde vais
buscar os brancos matzos?
— Na caverna, com a ajuda de Deus,
a minha mulher os lá amassa.
Diz-me Marrano, como consegues
encontrar uma Hagadá?
Na caverna, entre as fendas,
há muito que escondi os livros lá.
Diz-me Marrano, como te
defenderás quando te ouvirem cantar?
— Se me vierem prender, com uma
canção nos lábios irei morrer.
Avrom Reisen
Marrano” é a designação tradicional dada aos judeus forçados a converterem-se ao catolicismo na península Ibérica, sob pena de morte e confiscação de bens, nos séculos XV e XVI. Durante séculos a expressão foi considerada depreciativa por se julgar que derivava de “porco” em castelhano, na verdade, ela é obtida pela contracção das palavras hebraicas márre (מר — amargo/amargurado) e anúze (אונס— forçado / violado) – refere-se também aos seus descendentes, muitos dos quais optam agora pelo processo de conversão para “regressar” à sua tradição ancestral. Em hebraico, os marranos são conhecidos simplesmente como “anussim” (אנוסים). Para diferenciar a palavra da sua homófona depreciativa, e evitar assim qualquer tipo de comparações, o capitão Barros Basto insistia que ela deveria ser escrita com apenas um “r”.
Copiado daqui

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