Serei mais tarde a cronista das nossas vicissitudes. Forjarei uma nova linguagem em mim e guardá-la-ei se não tiver oportunidade de escrever alguma coisa. Tornar-me-ei
sensível e ressuscitarei e cairei morta; e ressuscitarei novamente. Pode ser que então mais tarde tenha um espaço tranquilo em meu redor e, nesse caso, hei-de ficar tanto tempo lá sentada, mesmo que por um ano, até a vida brotar de novo em mim e as palavras que darão testemunho daquilo que terá de ser testemunhado me surgirem.
Etty Hillesum, Diário 1941 -1943, Trad. Maria Leonor Raven- Gomes, Assírio & Alvim, 2009
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Pat Brassington, «The tongue» |
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