- 1.A história, entre a culpa e o orgulho
- 2. Laurence Rees: Um especialista no Abismo
- 3. As raízes do anti-semitismo
- 4.“Sem Hitler, não há Holocausto”
- 5. Porque não fugiram os judeus alemães?
- 6. Porque foi a taxa de extermínio dos judeus diferente em diferentes países?
- 7. O inquietante caso francês
- 8. Anti-semitismo à solta no Leste
- 9. A conferência de Wannsee
- 10. Perguntas e respostas
A história, entre a culpa e o orgulho
A memória humana pode ser inacreditavelmente precisa nalgumas ocasiões e assustadoramente volátil e nebulosa noutras. O ser humano tem propensão para reescrever o passado de forma a eliminar ou esbater episódios embaraçosos e a empolar e embelezar aqueles que o mostram a uma luz mais favorável. Este impulso para distorcer a realidade em nome da auto-preservação e do auto-engrandecimento conheceu forte impulso com o advento da era da “pós-verdade” e dos “factos alternativos”. Esta nova atitude mental não significa, obviamente, que os líderes políticos e governantes começaram agora a mentir ou a “proferir inverdades” – prática com ininterrupta tradição desde a primeira vez em que o cabecilha de um bando de trogloditas prometeu à tribo mamutes maiores e mais tenros se o ajudassem a eliminar um rival – mas que às massas deixou de importar se os líderes que apoiam dizem ou não a verdade; ou seja, com o facto de, na era do acesso universal a todo o tipo de informação e de mecanismos de verificação de factos, as massas terem, escolhido ouvir apenas aquilo que confirma os seus preconceitos (o que pode ser visto como uma reacção obtusa e preguiçosa à sobrecarga de informação do nosso tempo).
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