sábado, 7 de janeiro de 2017

Diana Budisavljevic

«Durante a II Guerra Mundial, Diana salvou mais de 12 mil crianças dos campos de concentração de Jasenovac (conhecido como Auschwitz croata) e de Stara Gradiska, criados pelo regime, antissemita e fascista, do estado independente da Croácia. As crianças, na maioria sérvias, eram originárias da Croácia e Bósnia-Herzegovina. (...)
Em 1917, Diana casou com o servo-croata, Julije Budisavljevic, cirurgião que conhecera em Innsbruck, durante um estágio numa clínica da cidade. Dois anos depois instalaram-se em Zagrebe. A partir de abril de 1941, os Ustasha, fascistas croatas, desencadearam a sua própria "solução final" contra judeus, sérvios, ciganos ou comunistas e abriram campos de concentração. A partir de outubro começaram a circular notícias sobre o encarceramento de mulheres e crianças, judias e sérvias nos arredores de Zagrebe. (...) Diana decidiu encarregar-se do assunto. Envolveu-se no trabalho humanitário e fundou o movimento "Ação de Diana Budisavljevic".
Campo de concentração de Jasenovac
Assim começou uma das maiores ações humanitárias dos Balcãs e, provavelmente, de toda a Europa ocupada. Aproveitando-se das suas origens austríacas, Diana aproximou-se dos responsáveis políticos e militares e tentou salvar crianças dos campos. Encontrou-se por diversas vezes com o cardeal Alojzije Stepinac que lhe assegurou apoio.
No seu diário, Diana Budisavljevic descreve as longas difíceis negociações que conduziu junto do poder político e dos clérigos. Foi compilando arquivos com dados exatos sobre as crianças que retirava dos campos, para conhecer as suas origens e poder encontrar sobreviventes das suas famílias uma vez terminada a guerra.»

«A lista de Diana», Courrier Internacional, Janeiro 2017, p. 48

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